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Incineração de resíduos em fornos de cimento: riscos para a saúde e o meio ambiente


A produção de cimento e a co-incineração

O cimento tem como principal integrante o calcário que, depois de extraído e moído, é misturado a outros minerais como argila, óxido de ferro e óxido de alumínio. Essa mistura, chamada de farinha crua, é encaminhada para os fornos, sendo calcinada a temperaturas que variam entre 1.200 e 1.500ºC. Durante esse processo, ocorre a fusão parcial do material e a formação dos grânulos de clínquer; que são resfriados, misturados a outros aditivos e moídos, dando origem ao cimento 23.

Uma das características da produção de cimento é a sua dependência de energia. Tradicionalmente as empresas utilizam combustíveis fósseis, entretanto os preços crescentes dessas fontes de energia têm incentivado empresas a buscarem alternativas mais baratas, como alguns resíduos industriais. Nesse sentido, a co-incineração de resíduos é uma tentativa de reduzir o uso de combustíveis virgens, minimizando custos operacionais da produção de cimento. Para a realização da co-incineração, os resíduos são misturados de forma a adquirir algumas propriedades (principalmente do ponto de vista de teor calorífero) semelhantes aos combustíveis normalmente usados. Esse coquetel de resíduos, chamado genericamente de blend, pode também substituir, em parte, alguns aditivos usados na produção do cimento, como óxido de ferro ou de alumínio4. Dentro dos fornos, parte dos materiais poluentes é destruída pelas altas temperaturas, uma segunda parte é incorporada ao clínquer e ainda uma terceira é dispersa juntamente com as emissões atmosféricas e com o produto final, causando diversos impactos sobre a saúde e o meio ambiente.

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